sábado, 5 de setembro de 2015

CASO CÉSIO 137

Mundo sombrio vai relatar nesse post o maior acidente radioativo do Brasil: Caso Césio 137.

O caso ocorreu em Goiás em 1987 vitimando mais de 100 pessoas que marcou não só Goiás como o Brasil e o Mundo.

Tudo começa no dia 13 de setembro de 1987 quando um aparelho de radioterapia foi encontrado por um catador de sucatas numa clínica abandonada.

O acidente somente deu início no momento da desmontagem do aparelho com a finalidade de encontrar peças para serem vendidas, sem perceber que dentro do aparelho possuía um material altamente radioativo: Césio 137.

O dono do ferro sem perceber durante a desmontagem que uma cápsula deixou escapar um pó parecido com sal de cozinha que no escuro emitiu um brilho azulado que justamente era césio 137.

Encantado com o fato ocorrido, comunicou aos amigos e funcionários do ferro-velho onde cada um deles levou um pouco desse pó para mostrarem para suas famílias. Mal poderiam imaginar que estavam assinando a sentença de morte.

Antes de você perguntar o motivo do césio 137 ser letal, tem um detalhe a ser esclarecido. Além de ser altamente radioativo, ao tocar nesse pó sem a devida proteção necessária, é um material higroscópico, ou seja, material que absorve a umidade, gruda nas roupas, pele e não adianta lavar porque não sai fácil em contato com a água. Caso tocar nos alimentos e consumir pode entrar em contato com o organismo interno provocando lesões por onde passa.

Foi o que aconteceu com as vítimas desse material radioativo. Uma das vítimas fatais foi uma criança de 11 anos que brincou com o pó e depois comeu uma fruta e o material entrou em contato com o organismo da criança e depois de uma semana morreu.

Para que você tenha uma idéia, o caso de contaminação do césio 137 ter dado início no ferro velho, quem esteve em contato com o pó radioativo faleceram ou dias depois ou décadas depois, dependendo do grau de contaminação de cada um com o césio 137.

Como o governo ficou sabendo da contaminação? As primeiras vítimas contaminadas antes de morrer levaram o material radioativo para a Vigilância Sanitária e relataram tudo o que aconteceu com elas e onde foi encontrado o aparelho de radioterapia abandonado numa clínica desativada.

Porém o Governo do Estado não fez nada porque na época a cidade estava sediando campeonato de moto velocidade e isso poderia assustar os estrangeiros na cidade.

Resultado da demora das providências das autoridades específicas: 1000 pessoas contaminadas e que foram imediatamente tratadas e sobreviveram. 129 contaminadas internamente e dessas 129 somente 4 morreram. 

Casas das vítimas fatais foram demolidas, assim como a clínica desativada, ferro velho onde foi detectado no solo amostras de césio 137 e o governo proibiu qualquer construção no local. 

A população assustada com o acidente radioativo, não permitiu que os corpos fossem enterrados no cemitério central da cidade acreditando que os demais corpos enterrados fossem também contaminados.

A prefeitura intercedeu permitindo um local apropriado no cemitério para que os corpos fossem sepultados na condição de que os caixões fossem lacrados e que a sepultura fosse protegida de modo que não se alastrassem para as demais sepulturas. 

Atualmente os sobreviventes da contaminação não receberam mais auxílio financeiro para manter o tratamento de descontaminação por meio de medicamentos específicos. Eles culpam o governo que tratou o caso com negligência. 

Esse foi o breve relato do acidente radioativo que marcou a história do Brasil e chocou o mundo.

 

 

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